sábado, 1 de agosto de 2009

Três. Mas só sobrou uma!

Ela tinha 3 irmãs. Com a mais nova ela brigou, com a mais velha tinha diferenças e com a do meio eram como unha e carne, mas a relação era no mínimo estranha.

Para algumas irmãs a vida dela era um mar de sonhos, ela era rica, vivia de frente para o mar e tinha a família perfeita. Ela morava há uns 500km de distância, em outro estado.

A vida era boa, mesmo, tranquila, mas o marido dela sustentava, além da sua, mais 3 casas: da mãe, da sogra e de uma cunhada - a irmã do meio.

Ela morava longe, mas sempre gostou de estar em família, adorava ter irmãs, cunhados e sobrinhas sempre perto. Já pagou viagem pra muitos deles virem pra casa dela em datas especiais e em outras nem tanto.

Mas um dia o dinheiro pra essas coisas foi acabando. E as festas e as viagens da família foram diminuindo, assim como a atenção e a preocupação da fam[ilia com ela.

Um dia fez um teste: mudei o telefone e não vou dar pra ninguém pra ver se alguém me liga...é.. o teste deu certo. Ninguém ligou e nem tão pouco se preocupou em procurar o telefone para ligar...Família!!

Um dia o mundo desabou na família dela, e vários problemas apareceram. Duas das irmãs tomaram as dores do sobrinho, o filho dela. Mas a mais nova fez diferente. E olha que elas não se falavam há mais de 10 anos (acho que é isso).

Um dia a mais nova perguntou pra sobrinha, filha dela, se podia ligar pa ela, que tinha medo de ela não atendê-la. A sobrinha disse, pode ligar, tenho certeza que ela vai te atender.

Não sei o conteúdo da conversa, mas as duas choraram muito e prometeram recuperar todo o tempo perdido.

Hoje, das três, só sobrou uma. Mas uma de qualidade. Melhor se importar com a qualidade do que com a quantidade.

A mais nova esteve presente em todos os momentos da vida dessa família: foi a única irmã presente na formatura da filha dela, foi a única irmã que ia pra casa dela (500km distante) pra conversar com ela, foi a única que ligou religiosamente em todas as semanas, foi a única que soube que o marido dela estava doente, foi a única que foi pra casa dela nesse momento, foi a única que viu o marido dela ainda no hospital, foi a única que esteve no velório e no enterro dele, foi a única que deixou de curtir as férias com a família pra ir pra a casa dela e ficar com ela (e ainda aguentou um monte de desaforos, a irmã não estava nada bem). Ah, foi a única, além dela, a ter um filho homem - o mais velho é filho dela, e o mais novo é filho da mais nova.

Eram 3, mas só ficou uma.
E essa uma ama de verdade a irmã. Seu amor não tem interesse, não quer nada em troca - quer apenas a convivência com a irmã e com seus filhos.

O tempo que ela perdeu brigada com essa irmã foi o tempo necessário pra perceber que as outras não queriam nada dela além do que o dinheiro que o marido dela podia proporcionar as suas famílias.

Tia, te amo!

2 comentários:

  1. Juju,vc pode não acreditar mas ontem depois de falar com sua mãe me lembrei dessa conversa que tivemos e que vc me disse que ela não deixaria de me atender.Tenho certeza absoluta que tudo tem sua hora,e esses anos que eu tive a oportunidade de conviver com vc seu pai e sua mãe foram maravilhosos,foram poucos mais intensos.Te amar é extremamente fácil,se não sabe vc é A MINHA SOBRINHA PREDILETA.........preciso dizer mais?

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