terça-feira, 28 de julho de 2009

Pai substituto

Tive um pai de verdade. Pai daqueles que não precisava falar, que não precisava pedir. Ele fazia antes de precisar. Ele não deu brechas para eu dizer: queria tanto ser filha do pai do fulaninho...Não deixou mesmo.

Muitas vezes tirou do dele pra me dar. E não fazia isso porque era meu pai, fazia isso porque era um cara fenomenal. Fazia por todos. Ele realmente fazia o bem sem olhar a quem. Já vi ele fazendo por várias pessoas.

Ouvi muitas vezes questionamentos de como eu reagiria caso a minha mãe arrumasse um namorado. A resposta foi sempre a mesma: minha mãe tem mais é que ser feliz. Agiria normalmente.

O namorado da minha mãe, nunca vai ser meu pai. Só arrumam substitutos para o pai aquelas pessoas que não tiveram um pai presente, ativo e espetacular. As pessoas só são substituídas quando elas deixaram buracos a serem preenchidos.

O que acontece é que nos 25 anos que convivi com ele, ele foi inteiro, total, sem máscaras ou personagens. Foi ele.
Foi o pai mais companheiro e amigo que já conheci.
Ninguém chegaria nem aos pés dele. Não teria espaço para ser meu pai.
Meu pai não deixou nenhum espacinho para alguém substituí-lo.

E não me venha com essa história de que toda pessoa é substituível que não é. Ela pode ocupar o mesmo lugar, fazer as mesmas coisas, mas se a pessoa que veio antes não deixou brechas pra essa pessoa substituí-la, isso nunca irá acontecer.

Por isso que ninguém tomaria o lugar do meu pai. Ele realmente foi tão completo que não tem nada que a outra pessoa possa fazer no papel de meu pai. Ele foi tudo o que poderia ter sido e um pouco mais.

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